terça-feira, 8 de maio de 2012

O uso da hipnose na psicoterapia


O uso da hipnose na psicoterapia

Gabriella Friaça de Oliveira*

Percebo no meu dia a dia, no consultório, que vários pacientes chegam a mim com algumas dúvidas e mitos sobre a hipnose, sendo assim, acho de fundamental importância o esclarecimento e a desmistificação da hipnose no processo terapêutico. Trabalho com a hipnose clínica, especificamente a Hipnoterapia Ericksoniana, que surgiu como uma modernização da hipnose clássica e é assim denominada por ter sido criada pelo dr. Milton H. Erickson (1901-1980), médico, professor de psiquiatria e fundador da American Society of Clinical Hypnosis.
Em termos simples, a hipnose é um estado de profundo relaxamento, no qual a pessoa volta sua atenção para seu interior, voltando-se para si mesma e com isso retirando sua atenção do exterior. Quase todo mundo já experimentou alguma forma de hipnose em algum momento da sua vida. Pense numa vez em que você estava dirigindo e percebeu que por um breve momento esteve “com a mente longe”, inconsciente daquilo que estava fazendo, ou uma vez em que estava tão envolvido em um programa de televisão que nem se deu conta quando alguém entrou na sala. Na verdade, toda hipnose é auto-hipnose e o paciente está sempre no controle.
Não há nada a temer, porque a hipnose é um processo completamente seguro quando é usada por um profissional qualificado. O relaxamento experimentado será agradável e regenerador. Com a hipnose ajudamos a pessoa a entrar em contato com a própria experiência interna e com os seus potenciais que não eram percebidos anteriormente. O psicólogo que utiliza a Hipnose Ericksoniana acredita que todos possuem dentro de si os recursos internos necessários para resolver seus próprios problemas e a função da psicoterapia é a de criar condições facilitadoras que permitam ao paciente acessar estes recursos e integrá-los na sua vida diária. Dentre os vários usos da hipnose podemos destacar:
  • Aumento de confiança;
  • Relaxamento durante o parto;
  • Tratamento de fobias, medos e ansiedade;
  • Desordem e distúrbios no sono;
  • Problemas interpessoais;
  • Depressão;
  • Dificuldades sexuais;
  • Queixas psicossomáticas;
  • Alívio pós-traumático;
  • Controle da dor;
  • Gerenciamento do estresse;
  • Controle de hábitos;
  • Desempenho acadêmico;
  • Desempenho atlético;
  • Ajuda nas transições da vida;
  • Preparação para procedimentos médicos e dentais;
  • Bloqueios na motivação e criatividade;
  • Tratamento de luto e perdas.
Devemos ressaltar que a hipnose em si é apenas uma das inúmeras técnicas que podem ser utilizadas no processo terapêutico. Assim, o treinamento em hipnose não é suficiente para a condução de uma terapia, sendo necessário um vasto embasamento teórico anterior. A hipnose só deve ser utilizada por profissionais da saúde devidamente experientes e registrados, que também tenham formação para o uso clínico da hipnose e estejam trabalhando na área de sua especialidade profissional.
Apesar de suas inúmeras aplicações no ambiente terapêutico, a hipnose pode não ser útil para todos os problemas psíquicos, nem para todos os pacientes. A decisão de usar a hipnose no tratamento deve ser feita mediante consulta com um profissional de saúde qualificado, que tenha formação quanto ao uso e às limitações da hipnose clínica.

* Psicóloga com Formação em Psicoterapia e Hipnoterapia Ericksoniana, perita em Avaliação Psicológica, especialista em Neuropsicologia.

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